BLOG

Gestão de resíduos em Nova York: o que a maior cidade dos EUA pode ensinar

Nova York é conhecida por seus arranha-céus, sua agilidade urbana — e também pelo volume colossal de resíduos que produz diariamente. Com cerca de 12 mil toneladas de lixo geradas por dia, a cidade precisou desenvolver uma estrutura robusta para lidar com o descarte, a coleta e a destinação correta de seus resíduos.

Mas mais do que quantidade, Nova York se destaca por como organiza e regula sua gestão de resíduos. Ao transformar desafios ambientais em políticas públicas estruturadas, a cidade oferece exemplos valiosos para países em desenvolvimento, como o Brasil.

Regulação firme e metas ambiciosas

A gestão de resíduos em Nova York é regida por leis claras, planos de longo prazo e metas mensuráveis. O plano Zero Waste, lançado pela prefeitura, prevê o desvio de 90% dos resíduos dos aterros até 2030. A estratégia inclui:

  • Compostagem obrigatória

  • Reciclagem ampliada

  • Proibição de plásticos de uso único

  • Fiscalização ativa com aplicação de multas

A implementação não depende apenas de campanhas educativas. A legislação é acompanhada por sistemas de monitoramento e penalidades reais, o que garante adesão e consistência ao longo do tempo.

Dados como base para decisões

O NYC Department of Sanitation (DSNY) coleta dados precisos sobre volume, origem, tipo e destino dos resíduos. Esses dados alimentam indicadores públicos, guiam ajustes operacionais e embasam novas legislações.

Tecnologia, sensores e dashboards ajudam a mapear regiões com maior geração de resíduos, avaliar a eficiência da coleta e identificar gargalos logísticos — elementos que também são fundamentais para qualquer cidade que queira planejar com responsabilidade.

Educação e envolvimento comunitário

Além da fiscalização, Nova York investe fortemente em educação ambiental. O programa “Recycle Right” e as ações em escolas e bairros promovem uma cultura de corresponsabilidade.

A lógica é simples: não basta multar — é preciso informar, engajar e criar senso coletivo de urgência. Isso inclui linguagem acessível, materiais visuais e atuação em múltiplas plataformas.

E o Brasil?

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) existe desde 2010. Mas, na prática, 31,9% dos municípios ainda utilizam lixões como destino dos resíduos, segundo o IBGE (2025).

A ausência de fiscalização efetiva, a falta de estrutura técnica e o baixo investimento em dados e tecnologia tornam difícil replicar modelos mais avançados. Mas também reforçam o quanto é urgente fortalecer:

  • A regulação local com metas claras

  • A digitalização da gestão de resíduos

  • A educação contínua sobre descarte correto

Saiba mais: O impacto financeiro e ambiental da má gestão de resíduos no Brasil

 

O que Nova York ensina

A principal lição é simples: resíduo não se resolve com improviso.
Seja em metrópoles ou cidades pequenas, a gestão de resíduos precisa ser tratada com seriedade técnica, apoio político e participação social.

  • Dados estruturam decisões.
  • Leis orientam práticas.
  • Educação sustenta mudanças.

Quer ver mais exemplos de cidades que estão fazendo diferente?
Leia também: Florianópolis: a primeira cidade Lixo Zero do Brasil

COMPARTILHAR:
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

VEJA TAMBÉM